domingo, 27 de julho de 2014

Comissão internacional virá ao Brasil monitorar Cruz Vermelha

Auditoria apurou que movimentações suspeitas somam R$ 25 milhões, sendo R$ 600 mil no Ceará. O dinheiro foi para fundos de aplicação e para a ONG da mãe do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha Brasileira



Uma comissão de crise da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, sediada em Genebra e composta por representantes de vários países, virá ao Brasil no fim de setembro para acompanhar a implantação de mudanças na Cruz Vermelha Brasileira.

Uma auditoria internacional obteve comprovantes bancários que mostram que as doações arrecadadas em 2011 em três campanhas humanitárias foram desviadas em gastos sem comprovação. As movimentações suspeitas somam R$ 25 milhões. No Ceará, foram R$ 600 mil. O dinheiro teria ido para fundos de aplicação e para a ONG da mãe do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha Brasileira (CVB), Anderson Marcelo Choucino.

O Instituto Humanus, de São Luís (MA), recebeu R$ 15,8 milhões, sem comprovação de que tenha prestado serviços. Cerca de R$ 1,8 milhão desse total provinha de campanhas humanitárias. O dinheiro deveria ter ido para vítimas de desastres na Somália, no Japão e no Rio de janeiro.

A maior parte dos recursos que as dezenas de filiais municipais e estaduais movimentam no Brasil vem de contratos com governos para administrar unidades de saúde. A atual gestão da CVB afirmou que entregou, na sexta-feira passada, o relatório da auditoria para o Ministério Público Federal (MPF).

Suspeitas de que a instituição no Brasil havia desviado recursos vieram à tona em 2012. “Estamos cortando na própria carne”, disse o coronel da reserva do Exército, Paulo Roberto Costa e Silva, secretário-geral do órgão central. Ele afirmou que a atual gestão, que assumiu em 2013, quer “recuperar a imagem e a credibilidade da instituição”. A comissão que virá ao Brasil pode até descredenciar a CVB, o que se considera, para Costa e Silva, muito remoto.
 
Choucino rechaça
Choucino disse que a auditoria chegou a resultado “equivocado, confuso e tendencioso”, que convém à atual gestão.

Acrescentou que não teve direito de se pronunciar durante a investigação e que os pagamentos ao Humanus decorreram de parcerias entre a filial maranhense da CCVB e o instituto. (das agências de notícias)

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